Os convidados, mediados pelos presidente e vice-presidente da UNE, Augusto Chagas e Tiago Ventura, foram:
Altamiro Borges, jornalista do Portal Vermelho;
Renato Rovai, jornalista Revista Fórum;
Regina Lima, presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas Educativas e Culturais;
Tereza Cruvinel, Presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC); e
Arthur William, representante do Intervozes.
Confira a matéria de Sandra Cruz, assessora de comunicação da UNE:
Na mesa de discussão estavam Arthur William, do Intervozes, Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Regina Lima, presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC), Renato Rovai, editor da Revista Fórum e Altamiro Borges, jornalista do Portal Vermelho. Contou com a participação ainda de Gabriela, do jornal A Verdade. Tiago Ventura e Augusto Chagas, presidente e vice-presidente da UNE mediaram as intervenções.
Os estudantes que lotaram o auditório do prédio da reitoria da UFRJ ouviram e discutiram com os convidados o papel da mídia e como ela se comporta hoje; os canais de comunicação alternativos, sua importância, a batalha que rádios e TVs comunitárias travam para conquistar mais espaço por conta dos entraves burocráticos existentes; a regulamentação dos meios de radiodifusão, as novas tecnologias e, entre outros temas polêmicos, o poder da mídia na disputa eleitoral deste ano.
Altamiro Borges ressaltou que a capacidade de interferência dos grandes veículos de comunicação na opinião pública é imensa, “a mídia será um instrumento importante de batalha nesse ano eleitoral”, afirmou, defendendo que um desafio da comunicação é estimular o senso crítico do público.
A capacidade de escolher conteúdos, discordar e formar opiniões a partir das próprias experiências faz mesmo a diferença quando vivemos nessa era da informação. “Hoje, todos podemos ser comunicadores, nessa comunicação em rede”, exemplificou Rovai, contando a história da chegada da internet no Brasil, e o quanto ela tem mudado nossas vidas, contribuindo para a notoriedade e reputação das pessoas que passam a ser imediatamente conhecidas quando lançadas ‘na rede’. “Ter os modelos público e privado de comunicação é fundamental para a democracia”, disse, sendo importante lembrar, ressaltou, que vinda do latim, a palavra “comunicação” tem o sentido de partilha. “É nessa comunicação que acredito e defendo que a comunicação pública vai contribuir”.
Tereza Cruvinel, ex-jornalista de O Globo, contou sua luta desde que “saiu de uma posição confortável e aceitou o convite de Lula” para construir a EBC. “Temos clareza de que fazemos história e estamos mudando o patamar das comunicações no Brasil”, declarou a presidente da Empresa Brasil de Comunicação. Adepta às novas tecnologias, elencou as vantagens que elas devem trazer à comunicação pública. “A TV não é mais a mesma. As mídias devem convergir e ser tecnologia de ponta. Nosso olhar tem que ser para o digital, pois a comunicação só será equilibrada nesse sistema”. Para a jornalista, o movimento estudantil deve agregar como suas bandeiras no Projeto Brasil: a defesa do plano nacional de banda larga; o compromisso de manutenção da EBC com marco regulatório e a implementação das propostas da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação). “Pensemos a comunicação como um item de consolidação da democracia”, recomendou.
Digitalização também foi abordada por Arthur William, do coletivo de comunicação Intervozes, que mencionou o rádio como emissor. “O debate das rádios digitais está aí e os estudantes podem e devem participar”, provocou. Em sua fala, William explicou os difíceis e burocráticos processos que estão por trás da iniciativa de se criar uma emissora – TV ou rádio – comunitária, contou ainda o histórico da TV no Brasil, cuja regulamentação está extremamente ultrapassada – datada dos anos 60 -. “O ano de eleição é momento de se debater a comunicação”, opinou.
Esse 2010 será de grandes desafios para os defensores de uma comunicação livre e democrática, antecipou Regina Lima, da ABEPEC. “O momento não é fácil para que essa discussão entre na pauta. Mas estou feliz de estar aqui e ver que os jovens estão atentos”, comentou a professora da UFPA que é também presidente da TV Cultura do Pará, emissora pública que enfrentou disputas com emissoras cuja principal preocupação nunca foi educar ou formar. E esse seria sim papel da mídia, a formação de cidadãos críticos.
“É seu papel a formação e informação das pessoas na disputa ideológica”, alertou Altamiro Borges, lamentando que o perfil da mídia seja feudal e que exista ainda a propriedade cruzada nesse meio (o principal rádio, jornal e TV são de um mesmo dono na cidade/estado/região). “Há país em que isso é proibido. Essa é uma questão que nunca foi regulamentada aqui. No Brasil, confunde-se ‘liberdade de imprensa’ com ‘liberdade de empresa’”, desabafou e comemorou a iniciativa da UNE em promover o fórum de debates. “o 58º CONEG pode ser histórico nesse ano eleitoral”, declarou esperançoso.
Fotos, por Anne Galvão:
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