14 de jun. de 2010

Assista participação da UEE-SP na TV Cultura

O programa Login do dia 9 de junho convidou o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Carlos Siqueira, para discutir a qualidade do ensino superior no Brasil
No debate, que você pode conferir na íntegra nos vídeos abaixo, foi abordada a polêmica das “fábricas de diplomas” no país, com a participação do professor da Universidade de São Paulo (USP), Luis Carlos de Meneses e o jornalista de educação da Folha de São Paulo, Fábio Takahashi.
Falando pela entidade estudantil, Carlos opinou sobre o avanço democrático que significa o aumento de universidades para os jovens paulistas do cenário popular. Porém, demonstrou preocupação no que tange a qualidade deste ensino. “O desafio agora é a qualidade”, apontou. Os órgãos fiscalizadores, como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), identificam as falhas educacionais através das provas aplicadas, mas não tomam medidas eficientes para reverter essa realidade.
Nos anos 90, houve uma multiplicação de universidades privadas e ampliação de vagas nas entidades públicas de ensino superior, através de programas como o Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reune) e Programa Universidade para Todos (Prouni). No entanto, os diplomas não garantem mais a colocação do profissional no mercado de trabalho.
Educação pública Para Carlos, o ideal seria que todos pudessem estudar em universidades públicas. "O excedente privado é consequência de pouco investimento público, dando condições para que o privado se expanda pelo país. Com a universidade financiada pelo estado brasileiro, há mais garantia de que se comece e termine o curso", disse o presidente da UEE-SP, chamando a atenção para as dificuldades de se pagar as mensalidades e arcar com outros compromissos financeiros no decorrer do curso. "A expansão universitária é importante porque se deu pela necessidade do Brasil crescer e se desenvolver, mas essa expansão precisa ser regulada e acompanhada".
O aumento do acesso ao ensino superior elevou a concorrência por emprego após a formação e, assim, as empresas passaram a exigir conhecimentos mais abrangentes, como idiomas fluentes, certificações específicas e, principalmente, massa crítica. "O que vemos é quem fez o ensino básico em escolas públicas depois precisa pagar por uma universidade privada que muitas vezes tem com baixa qualidade, tendo oportunidades de trabalho inferiores a quem se formou na universidade pública", lembrou Carlos.
Com isso, o professor da USP criticou a urgência de qualificação do sistema de base. Com críticas ao método de seleção aplicada no vestibular, chamou a atenção ao fato de que os melhor qualificados são os que tiveram um bom ensino de base. Lembrou ainda que uma vaga na universidade pública custa 10 vezes mais que o ensino de base. “A educação incorpora a perversidade da desigualdade social brasileira, lamentavelmente, ressaltou Meneses.
"Adorei o @programalogin, a galera que apresenta é animada e os debatedores super politizados! Valeu...", Carlos comentou em seu twitter - http://twitter.com/carlosuee. Houve uma grande repercussão nesta rede social, na qual dezenas de estudantes, inclusive do interior de São Paulo, parabenizaram as colocações do presidente da UEE-SP na TV Cultura.
Assista a discussão:

Anne Galvão

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