2 de mar. de 2010

1º Fórum de Rua Democracia e Liberdade de Expressão


A garoa forte não deu trégua, assim como as dezenas de manifestantes que se concentraram nesta manhã de segunda-feira, 1 de março, em frente a um hotel em São Paulo. Com muita irreverência, os integrantes de vários movimentos sociais – incluindo estudantes, sindicalistas, membros de coletivos-, deram um show ao anunciar o 1º Fórum de Rua Democracia e Liberdade de Expressão, que surgiu em contraposição ao Fórum promovido pelos caciques da grande mídia, evento que acontecia naquele local.

Vestindo fantasias de palhaço e paramentados com ornamentos de um verdadeiro circo, os presentes no ato distribuíram narizes coloridos e chamavam a atenção daqueles que passavam na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista.

“A idéia é desmascarar os pseudodemocratas da mídia”, declarou Marco Palmanhani, assessor da comunicação da CUT. “É fácil falar em democracia sem dar direito de resposta aos outros”, disparou o sindicalista.

Joao Brant, do Coletivo Intervozes, engrossou o couro ao mencionar a pretensa liberdade de expressão que o evento promovido pelos barões da mídia anunciava. “Entre as bandeiras que trazemos aqui está a luta pela liberdade de Expressão para todos. É uma palhaçada como a mídia nos trata”, resumiu, criticando o peso dado às coberturas que privilegiam interesses comerciais.
Debaixo de chuva, o jornalista Altamiro Borges, do Portal Vermelho, arriscou “São Pedro deve ter sido corrompido pela TV Globo”, brincou, reafirmando que o clima chuvoso não impediu que o ato acontecesse. “Este é um protesto irreverente. Com brincadeira estamos mostrando que a mídia hoje é uma palhaçada”.
“A mídia é democrática?” – risos, muitas gargalhadas acompanhavam as frases anunciadas pelo microfone. “Não há veículos de comunicação públicos hoje”, criticou Predro Ekman, comunicação do PSOL e do Coletivo Intervozes.




No Fórum de Rua a juventude teve voz! - Assista trechos do protesto irreverente que chamou a atenção de quem passava na Alameda Santos nesta segunda-feira, 1º de março.



O movimento estudantil também estava presente no ato que agitou a região. “A juventude está atenta ao que acontece. Não é possível excluir dos debates os estudantes e os movimentos sociais”, bradou Renata, diretora de comunicação da UEE-SP.

Para a União Nacional dos Estudantes, a diversidade de organizações presentes no ato demonstra que os movimentos sociais percebem que esta é uma questão importante para superar – a concentração da mídia, o monopólio da comunicação-. “Vemos com preocupação também a postura dos grandes veículos de querer pautar a agenda nacional, de acordo com seus interesses, à revelia das necessidades da maioria”, afirmou Augusto Chagas, presidente da UNE, defendendo que é preciso intensificar este debate, e tentar construir espaços alternativos para o exercício da comunicação de modo mais pleno.

O Fórum realizado hoje no hotel foi mais um dos eventos restritos promovidos pelos barões da mídia. “É hipócrita a ideia de liberdade de expressão. É liberdade para que eles possam continuar exercendo seus próprios interesses, de uma minoria da sociedade. Eles [os empresários da mídia] se escondem atrás da insígnia da liberdade de expressão pra promover seus negócios. Foi muito correto, justo, que todos os movimentos, incluindo a UNE, pudessem se manifestar contra mais esse iniciativa”, concluiu Chagas.



jornalista: Sandra

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