26 de abr. de 2010

58º CONEG da UNE: rede pública de ensino superior no Brasil

Por Sandra Cruz, assessora de imprensa da UNE


A rede pública de ensino superior no Brasil, no que se refere ao financiamento e à expansão, foi o tema discutido em uma das mesas de debate realizadas na tarde desta quinta-feira, 22, como parte da programação do 58º CONEG da UNE, Conselho Nacional de Entidades Gerais da entidade que acontece até dia 25, no Rio de Janeiro.

O evento contou com a participação de Gustavo Henrique de Sousa Balduino, secretário Executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), Paulo Rubem Santiago, deputado federal (PDT-PE) e vice-presidente da comissão de educação da Câmara, e Maria Paula Dallari Bucci, secretária de Ensino Superior Ministério da Educação (MEC), com mediação de Tiago Ventura, vice-presidente da UNE e Sandino Patriota, primeiro vice-presidente da entidade.

Os participantes conseguiram “provocar” e chamar para o debate os estudantes na platéia, tratando sobre a situação atual da universidade pública, o porquê da falta de recursos, a ampliação do número de vagas nos últimos anos, EAD (ensino a distância) e o REUNI (programa de apoio do governo ao plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que também foi amplamente discutido.

O deputado Paulo Rubem Santiago enumerou dados econômicos do país nas últimas décadas, e qual é a conseqüência nos dias de hoje: a incapacidade de cumprir nos últimos anos, sequer as metas aprovadas no Plano Nacional de Educação, tais como 30% da população de 18 a 24 anos no ensino superior. “É cínico dizer que não cumprimos o PNE pela falta de recursos. Nosso problema é que os interesses financeiros em todo o mundo tomaram de assalto as finanças no Brasil”, comentou, mencionando os absurdos juros que vêm sendo pagos da dívida pública. “O que nos falta hoje? É a correlação de forças, que não privilegie a acumulação de recursos”, disse, afirmando que as metas do PNE não foram atingidas porque o financiamento da educação foi submetido ao financiamento da acumulação financeira.

A secretária do MEC trouxe informações sobre a o ensino no Brasil, considerando perspectivas para 2011 a 2020, especialmente o acesso e transparência das avaliações. Defendeu o Sisu (Sistema de Seleção Unificada do MEC), como método justo de distribuição de vagas, e o ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Comentou também um dos desafios da educação hoje, que é qualificar os jovens para o mercado de trabalho. “A sociedade muda, e os cursos também precisam se atualizar”, disse Maria Paula Dallari Bucci, afirmando que é preciso ter em mente que educação é política para os próximos 10 anos.

Gustavo Balduino, da ANDIFES, apontou no final que é preciso entrar na pauta a valorização do ensino médio, acesso e permanência com qualidade. Assim fará sentido a universalização do ensino fundamental e os debates em torno do ensino superior. “Estamos no melhor mundo? Não, mas estamos num mundo melhor”, concluiu.



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